Tá rolando no Paço das Artes, na Cidade Universitária.
São seis instalações do grupo canadense Molior, conhecido por criar novas linguagens de arte com a multimídia interativa. E isso que é o diferencial. Ao contrário da maior parte dos museus e galerias, aqui o visitante não só pode como deve tocar e interagir com as obras, transformá-las até...
Vale dizer que é gratuita.
Vou citar as que achei mais interessantes:
- Habitgram, do artista Beewoo.
Trata-se de um casado com algumas microcâmeras espalhadas pelo tecido e que dá "multiolhos" pra quem a veste. as imagens são projetadas nas paredes da instalação.
- Perversely Interactive System, de Lynn Hughes e Simon Laroche.Aqui o visitante pega uma peça na mão que mede o nível de estresse através da leitura das ondas eletromagnéticas, num processo que se chama Biofeedback. Na instalação existe um painel com uma mulher virtual. Se o nível de estresse medido for alto, ela fica imóvel de costas para o expectador. SE o estresse estiver baixo, ela se vira e caminha na tela até ficar em tamanho real... Muito curioso.
- Tact, de Jean Dubois.
É um espelho redondo com um buraco no meio, onde existe uma tela sensível ao toque. Ao tocá-la com o dedo, aparece um rosto feminino que pode ser arrastado de um lado para outro, como se estivesse grudado do outro lado do vidro da tela. O barulho de borracha esfregando na superfície dá um certo realismo e gera certa aflição por isso, o que causa reações curiosas no rosto do visitante que também pode ser observado desse espelho redondo que emoldura a tela.
- Digitale, de Alexanddre Castonguay, é a mais interativa na minha
opinião. A instalação fala sobre a impermanência da imagem digital que a gente tanto usa hoje em dia. Com uma câmera de foto a gente tira um retrado que é projetado numa tela e que ao ser tirado logo vai se dissolvendo. Ao mesmo tempo, a imagem da câmera é enviada pra uma tela de cristal líquido que pode ser tocada. O mais curioso é que onde ela é tocada surgem imagens como se a superfície da tela fosse água, é a tela de cristal líquido mais líquido que já vi na vida...SERVIÇO
Visitação: 6 de maio a 20 de julho De seg. a sex. das 14h às 18h. Paço das Artes
Avenida da Universidade, nº 1. Cidade Universitária. São Paulo
Balé da Cidade de São Paulo
O Balé, dirigido atualmente por Mônica Mion, faz 40 anos em 2008. Como parte das comemorações estão estreando uma nova coreografia que ganhou o nome incomum de Umbal.O coreógrafo Luís Arrieta, que está na cia desde 74 e é o criador desse novo número, contou-me que Umbal quer dizer passagem, como a passagem física quando vc tem que passar numa porta de um ambiente a outro. Mas tem também um sentido mais amplo, das passagens que temos cada um em nossas vidas, momentos de transformação... Parece que os quarenta anos de idade, são mesmo uma fase de reflexão e novos rumos não apenas para os humanos na chamada adultescência, mas também para um balé como este.
O figurino é bastante simples, apenas com roupa cor de pele colada ao corpo dos bailarinos, o que valoriza muito os movimentos e as contrações musculares deles.Já a música é maravilhosa. "Louvor à Eternidade de Jesus" do francês Oliver Messiaen, morto em 92. Com uma bela e lenta melodia formada por cordas e um piano parece ter sido feita sob medida para emoldurar os movimentos enrroscados dos corpos do balé, a todo instante em contato um com o outro.
A escolha de Messiaen também é uma homenagem do Balé da Cidade de São Paulo ao centenário do nascimento do compositor francês.
Em cartaz até dia 10/50 no sesc vila mariana.
SERVIÇO
De 08/05 a 11/05 - Qui, Sex, Sab e Dom
Horário: qui a sab, às 21h, e dom, às 18h
Preço: R$4,00 a R$16,00 - $
Sesc Vila Mariana
R. Pelotas - 141
Vila Mariana
Fone: 5080-3000
