
Ainda na noite de sua morte, havia se apresentado no palco do Teatro Imprensa, onde estava em cartaz com o espetáculo “Doze Homens e Uma Sentença”. Despediu-se do elenco e foi jantar em um restaurante que gostava de frenquentar. Depois, seguiu rumo à rodoviária para ir ao Rio de Janeiro. Não chegou a sair de S. Paulo.

Claro que não dá pra gente saber tudo, uma pauta detalhada sempre ajuda, pesquisas pessoais também!
E assim, a gente vai aprendendo no dia-a-dia, conhecendo gente importatne que fez e faz história: esse é um dos privilégios dessa profissão de jornalista.
Zé Renato foi aluno da primeira turma da EAD, a Escola de Arte Dramática da USP, onde conheceu o formato de palco, diferente do italiano, em que os atores aparecem de frente para o públcio.
Uma nova dispocição cênica estreava na dramaturgia nacional: era o palco tipo arena, com a platéia em volta do cenário e dos atores, o que mais tarde o faria fundador do famoso “Teatro de Arena”, em 1953.
Assim, Zé Renato introduziu o nacionalismo no teatro brasileiro.
“Eles Não Usam Black Tie”, primeiro texto de Gianfrancesco Guarnieri, de 1958, foi um de seus maiores clássicos, um divisor de águas no teatro brasileiro.
Outro sucesso foi “Boca de Ouro”, de Nelson Rodrigues, na década de 60. Fez do palco um instrumento não apenas de cultura, mas de resistência e luta contra os desmandos da ditadura no Brasil. Também encenou “Revolução na América do Sul”, de Augusto Boal.

Chapetuba foi escrita pelo antigo companheiro de Zé, Oduvaldo Vianna Filho, o Vianninha, e foi escolhida por ele como forma de homenagear o autor, na reinauguração do Teatro de Arena Eugênia Kusnet, no final de 2008.

Mais do que isso, Chapetuba fala do lado humano dos personagens, seus sonhos, dramas, fé, ética e esperança!
Recordo-me que no dia da gravação acontecia o último ensaio antes da estreia: tudo parecia que estava atrasado, havia um certo alvoroço no ar e clima esperado de nervosismo tomava conta do elenco jovem que ele dirigia.
Zé, ao contrário, passava a segurança de um veterano! Mantinha-se calmo, generoso atendendo a todos, e de muito bom humor - uma de suas características que mais me marcou...
Veja a videorreportagem:
Descanse em paz, Zé! Obrigado pelo privilégio de conhecer seu trabalho!
O velório de Zé Renato será realizado a partir das 17h de hoje, no Teatro de Arena (Rua Doutor Teodoro Baima, 94). Já o enterro será na manhã de amanhã, terça-feira, no cemitério Morumbi.
2 comentários:
Bonito texto, Paulo. Parabéns. Aqui pude conhecê-lo melhor.
Beijo, Mariana Soares.
Mari, querida, obrigado! Fiquei feliz que vc passou aqui pelo videoblog! Espero que volte sempre! Bjão especial!
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