quarta-feira, 5 de maio de 2010


Em “Ghetto”, o ator Fábio Herford mostra o quanto é um excelente profissional do palco. Em uma hora de espetáculo - monólogo, diga-se de passagem - ele literalmente se entrega na pele do personagem Yossel: um judeu que vive nos guetos de Varsóvia, capital da Polônia (maior reduto judeu no período do nazismo) e que questiona os desígnios de Deus ante as perdas de familiares e amigos mortos pelos soldados alemães.

Não bastasse a viceral interpretação, Fábio Herford ainda nos dá o gosto de seu talento ao interpretar em vários momentos da peça músicas de sua própria autoria, compostas especialmente para o espetáculo. Depois da estréia, que aconteceu na semana passada, Fábio topou dar uma palhinha exclusiva ao piano para o “Diário de um Videorrepórter”. Além de trazer o espectador para o clima da peça, a música é fundamental para trazer um pouco de poesia na abordagem de um assunto tão denso quanto as injustiças ocorridas durante o Holocausto. Assista ao vídeo:





Fábio, que é descendente de judeus, ainda falou com a gente sobre o orgulho pessoal de encenar Ghetto. Veja:


A adaptação de Ghetto para o palco, feita pelo diretor e roteirista Elias Andreato, é baseada no livro “Yossel Rakover dirige-se a Deus”  que reúne escritos de Zvi Kolitz feitos para um jornal argentino na década de 40.


A força real da narrativa é tão grande que durante um certo tempo os textos chegaram a ser cogitados como testemunhos verdadeiros, como nos conta Andreatto (que foi interrompido no meio da entrevista pelos colegas Leopoldo Pacheco e Cláudio Fontana, que recentemente protagonizaram com ele “Amigas Pero No Mucho, já fora de cartaz).


E falando em Amigas (e amigos), muitos deles compareceram para prestigiar a estréia e saíram emocionados com o que viram...


Entre os convidados, falamos com o casal Luiz Villaça (cineasta) e Denise Fraga  -que encena com Fábio Herford “A Alma Boa de Setsuan, no teatro TUCA – que falam do talento e da versatilidade do colega para interpretações tão distintas.


Para o ator Ary França - que também está em “Setsuan”, com Herford  e Denise – apesar de contar sobre os episódios de 60 anos atrás, Ghetto é importante no nosso tempo para nos deixar alerta para as atitudes nazistas do dia-a-dia.


Um dos mais emocionados na saída era Pedro Herz (filho de Eva Herz, que dá nome ao teatro onde Ghetto está em cartaz), que é dono da Livraria Cultura.

Seriedade à parte, peço aqui em público desculpas por tê-lo confundido com o autor de novelas Sílvio de Abreu!!! (Na hora da entrevista, ao vivo, pelo celular via internet, não teve conserto... Mas ele próprio entendeu e confessou que não fui o único a fazer essa confusão. É parecido, mesmo, né...) Veja o depoimento dele:


AGENDA
O que:     Ghetto,o espetáculo.
Onde:      Teatro Eva Herz, na Av. Paulista.
Quando:  Quartas e Quintas, 21h -até 24 de junho de 2010.
Quanto:   R$30,00
Veja o mapa com a localização exata e telefone de contato.

Visualizar Teatro Eva Herz em um mapa maior

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