quarta-feira, 14 de abril de 2010

Videorreportagem no Profissão Repórter


A cada semana que passa, a videorreportagem conquista mais espaço no chamado padrão global de telejornalismo. E nós aqui vamos registrando esta história.

Desta vez, quem lançou mão do formato foi o programa Profissão Repórter, de Caco Barcellos e sua trupe de jovens jornalistas, que me serve de inspiração para este novo post.

 Na semana passada, escrevi aqui sobre o jornalista e apresentador do Jornal Nacional, Márcio Gomes, que foi à pé para a redação no dia da maior chuva já registrada na história da cidade maravilhosa, terça-feira, dia 6 de abril. Com uma câmera de mão ele registrou o caos vivido pelos cariocas e emplacou a primeira videorreportagem, num formato menos padrão, que já foi ao ar no telejornal mais importante do Brasil. (clique aqui para acessar)

Saindo do Armário
Na semana passada não vi o programa da estreia, no Haiti. Mas, no episódio de hoje, o Profissão Repórter falou do mesmo drama enfrentado nos soterramentos e deslizamentos de terra pela população do Rio.

Grande foi a minha alegria ouvir, no meio do programa, Caco Barcellos anunciar, que: "o repórter Thiago Jock (na foto, com o equipamento na mão), agora sozinho com uma câmera, sobe na garupa de uma moto."

E de cima das duas rodas,  Thiago cumpriu de forma brilhante sua missão de reportar as horas de agonia dos parentes que lutavam pelo resgate dos corpos de seus parentes soterrados. Incansavelmente, ele acompanhou durante horas a fio o desenrolar dos fatos.

E é bacana notar que o formato da videorreportagem, apesar de já ser uma tímida e antiga tentativa, parece ter sido assumido pelo Profissão Repórter. Como se saísse do armário em nome da importância do registro da notícia.

Muitos planos-sequências com a câmera ligada registrando o calor do momento, narração quase sem off, câmeras nem sempre tão estáveis, passagens com o repórter segurando a câmera, mostrando o próprio relógio para mostrar a hora, tudo bem longe do formato padrão desenvolvido e professado pelo padrão global de qualidade. Enfim, várias foram as marcas da VR possíveis de serem notadas durante esta edição.


O amigo de lá

Aliás, o editor deste episódio foi o Caio Cavechinni, que está no Profissão desde o início. Acho ele um profissional completo: se envolve com a matéria. É bom repórter, faz imagens muito bem, tem ótima noção de roteiro e edição. Joga bem em qualquer posição do campo!

Ele é um super-entusiasta da videorreportagem. Já há algum tempo tive oportunidade de conhecê-lo pessoalmente, num encontro de videorrepórteres, e de vez em quando trocamos informações.  E em recente conversa, por coincidência, ele me confirmou essa maior vocação para aceitar a VR no programa.

Estou muito feliz com o momento!

À medida que mais e mais jornalistas competentes com uma câmera na mão estiverem contando histórias nos jornalísticos da TV Globo, melhor! Maiores serão as possibilidades de abertura e aceitação de videorrepórteres: na tela da TV, no meio desse povo...

Parabéns e obrigado ao Caco, ao diretor doprograma Marcel Souto Maior e a toda a equipe do Profissão Repórter por acreditarem que é possível encontrar novas formas para contar as boas histórias!


Na foto, Caco Barcellos e eu em maio de 2008, num viaduto da Av.23 de Maio, em S. Paulo


Abaixo publico os dois vídeos da edição do Profissão Repórter na cobertura da tragédia das chuvas no Rio de Janeiro.

Bloco1 (Aos 12'33", Thiago Jock começa a atacar de videorrepórter)

Bloco 02 (Thiago como VR já ni ínício do vídeo)

Mais referências:
Para quem quiser conhecer mais estilos parecido de registro, como o que está sendo mais explorado no Profissão Repórter, vou indicar duas matérias a seguir.

No escuro
A primeira é um registro do dia do apagão, em novembro do ano passado. Eu estava coordenando a equipe dos Web Repórteres da RedeTV!, quando mandei um motoboy para o Web Repórter Márcio Neves montar na garupa de um motoboy (assim como fez o Thiago Jock) para percorrer a cidade e  registrar tudo o que visse pela frente.

O resultado foi uma matéria de dez minutos para o programa Manhã Maior. E o mais interessante é que o diretor me falou que com ela chegamos a passar a audiência do Datena, que só tinha chamadas de helicóptero, enquanto nós mostrávamos a realidade do chão, mais próximos do drama humano.
Confira:



No celular
A outra videorreportagem foi feita por mim, no dia 08 de setembro do ano passado. Depois da volta do feriadão prolongado do dia da Independência, a cidade de S. Paulo parou. E eu estava na Marginal Pinheiros, que ficou completamente travada! Não tive dúvidas, saquei o meu telefone celular N95 do bolso e comecei a transmitir vários vídeos pelo meu canal do Qik (depois republicado no meu canal do Youtube), twitando para minha rede social e atualizando a situação com vários boletins no decorrer do dia.
Abaixo, o primeiro boletim:

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