Bodanzky é um dos mais conceituados profissioanais do audiovisual brasileiro e ficou muito conhecido pelo filme "Iracema, uma Transa Amazônica", de 1974. Foi o primeiro filme, possivelmente no mundo, a misturar as linguagens de ficção e documentário - conhecido com docudrama - em uma obra cinematográfica.
IRACEMA
O longa mostra um Brasil dos anos 70, uma época em que o regime da ditadura militar fazia propaganda de um franco desenvolvimento nacionalista. Mas a que custo humano? O jovem Bodanzky tinha a intenção de mostrar essa resposta: o que estava além dessa propaganda, ou seja, como as comunidades amazônicas estavam sendo afetadas por essa situação e como isso interferia na realidade delas.
Para isso, Bodanzky - sempre com a câmera na mão - usou apenas dois atores: Paulo Cesar Pereio -
que apesar de não saber dirigir interpretouum caminhoneiro gaúcho - e Edna de Cássia, uma menina da comunidade local que interpretou Iracema - uma prostituta que pega carona de caminhão pela Transamazônica com Tião Brasil Grande, personagem de Pereio. Todos os ou
tros participantes do elenco, na verdade, são pessoas reais com os quais o casal de atores interagia. Veja o trecho do trailer, publicado no Youtube.
Vale também dar uma olhada nas fotos da época, que mostram os bastidores da produção e estão hospedadas na página do documentarista no Facebook.
NOVOS TEMPOS
Mesmo não abandonando o cinema tradicional, mais recentemente, Jorge Bodanzky vem flertando com as novas tecnologias digitais de captação, publicação e compartilhamento na internet. Foi assim que surgiu a TV Navegar. Neste projeto, a comunidade é estimulada a usar câmeras para produzir material para o canal. Tem até um barco que navega por aqueles rios e tem um laboratório multimídia para a realização dos trabalhos.
Agora, de forma inédita, Jorge Bodanzky criou a I Oficina WebDoc Verdade, em parceria com o diretor do Festival Internacional de Documentários "É Tudo Verdade", Amir Labaki.
A ideia, basicamente, é: em dois dias de encontro falar sobre o tema WebDoc (ou seja, documentários de ou para a internet) e tentar realizar um exercício audiovisual, um registro com uma câmera na mão e uma ideia na cabeça - a exemplo da frase famosa de outro cineasta brasileiro, Glauber Rocha - para refletirmos sobre essa nova discussão, esse novo formato.
Aqui você pode ver algumas fotos do evento.
Já temos uma página do grupo no Facebook e um canal exclusivo no Youtube onde é possível ver os trabalhos. Acessem e ajudem a espalhar a ideia nas redes sociais. Mas antes, veja abaixo a entrevista exclusiva com Bodanzky, onde ele fala sobre a Oficina WebDoc Verdade, a paixão por ser o "olho" do expectador e estar sempre empunhando a câmera pra contar histórias e, para finalizar o bate-papo, Jorge deixa uma dica aos iniciantes. Veja:
Clique aqui para ver o post do vídeo do making of da I Oficina WebDoc
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Até a próxima!
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