Hoje, 03 de maio, comemora-se o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa! A importante data, não apenas para jornalistas mas para a sociedade em geral, foi sugerida há 20 anos e instituída oficialmente em 1993 pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), entidade que luta pela preservação dos direitos básicos do homem e das instituições democráticas.
Por isso achei oportuno escrever este post numa data tão especial, sobretudo numa época em que a liberdade de registros, publicação e compartilhamento não são mais privilégio apenas dos jornalistas profissionais, mas os também dos cidadãos comuns que têm nas mãos, cada vez mais, esse poder - até pouco tempo atrás um privilégio da imprensa.
É só pensar como hoje a mídia também tornou-se refém do uso de imagens geradas por não profissionais - vide eventos recentes como a revolução no Egito, o Tsunami do Japão, apenas para citar alguns exemplos rápidos.
Você sabe quantos celulares com câmera existem hoje em dia?
"Existem cerca de 5 bilhões de celulares com câmara em uso hoje em dia" é a resposta.A informação foi divulgada em entrevista do fotojornalista equatoriano Pablo Carral Vegas.
Pablo, pra quem nunca ouviu falar nele, tem no currículo fotos para publicações como National Geographic e N. York Times entre outras.
A entrevista de Pablo Vegas foi publicada no blog do Centro Knight de Jornalismo nas Américas, por ocasião da visita dele para um bate-papo com estudantes norte-americanos.
Desde 2002, a instituição - ligada à Universidade do Texas, em Austin (EUA) - promove programas de treinamento e capacitação para milhares de jornalistas de países da América Latina e Caribe - inclusive eu!, que já tive a oportunidade de ser aluno de um curso à distância.
Como brasileiro, confesso aqui o meu orgulho pessoal de dizer que é seu diretor-fundador é um jornalista brasileiro: o professor Rosental Calmon Alves.
Para mais informações sobre o Knight, clique aqui!
É fato inegável e irreversível que estamos em plena revolução digital!
As formas de comunicação e de conectividade estão cada dia mais fortes!
Os meios de produção e publicação das informações estão cada vez mais nas mãos do
PÚBLICO!
Esses são alguns pontos de análise das entrevistas em vídeo do fotojornalista equatoriano Pablo Carral Vegas que eu republico aqui neste post.
A popularização dos equipamentos de captação de imagens com qualidade e seu uso crescente por cada vez mais pessoas parece um fato: fenômeno que só tende a crescer!
MEDA...
Ontem de noite, no grupo Videorreportagem do Facebook, foi postada uma notícia do site Comunique-se de que o sindicato dos Jornalistas e a Arfoc (Assoc. dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos), ambas do cariocas, estava pegando no pé do jornalismo da Globo porque estavam usando material produzido com câmeras operadas por não profissioanais...Evidente que houve desaprovação do grupo pela atitude repressora das entidades representativas, chamadas de desatuais, anacrônicas, para dizer o mínimo... Um velho discurso que não ajuda em nada a entender as influências das novas mídias na profissão!
Fazendo uma alusão ao discurso de Pablo Vegas, eles agem como monges da Idade Média, desfavoráveis ao ensino da leitura e da escrita, com medo de perderem o poder que o domínio da linguagem lhes dava.Pessoalmente, sou da opinião que, mais do que nunca, vamos precisar de bons jornalistas para produzir informação de qualidade e ajudar a encontrar relevância nesse mar de "todo_mundo_pode_produzir_de_tudo_e_pulicar".
É preciso entender que: não é o fato de uma pessoa saber tocar violão e cantar que ela vá se tornar compositora, cantora ou ficar famosa por seu talento artístico, mesmo que o violão seja um instrumento acessível e de fácil manuseio - mesmo em tempos de MySpace e facilidade de registro e divulgação dos tempos digitais. Primeiro é preciso talento e sensibilidade para fazer boa música. Maravilhosas canções podem ser feitas e hospedadas na rede apra consumo livre compostas por anônimos e não profissionais.
Por outro lado, mais do que a música, o fazer jornalístico exige mais responsabilidade social do que a música em seu estado de pura arte. Jornalismo que é uma instituição maior em si, afeta diretamente a vida das pessoas, é importante para a sociedade como forma de preservar a democracia e relevar (ou seria revelar?), "trazer à luz os fatos" - como diria @Tognoli -, colocar a lupa neles!
Sempre levando em conta os princípios profissionais de entender a informação como algo maior que um simples registro, enxergar aquilo que possa ter relevância para o interesse público e buscar sempre a verdade (ou as versões da verdade?) ao relatar os acontecimentos.
Bom deixa de papo de lado, vamos dar um play no vídeo!*
;-)
Abaixo uma entrevista concedida em portunhol, no ano passado, quando Pablo esteve aqui em São Paulo para um Fórum de Fotografia do Instituto Itaú Cultural, publicada no canal oficial deles no Youtube:
Pra finalizar a leitura deste dia de comemoração, sugiro ainda este link para a página especial da UNESCO (em inglês) em comemoração ao Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, que discute justamente a influência das novas tecnologias na profissão - coisa que os sindicatos por aqui estão fazendo, preferindo tapar o sol com a peneira...
*Tomei a liberdade de republicar o vídeo original do Center Knight, para treinar o meu Inglês - aproveitando que eles são um site trilingue e não tinham a entrevista traduzida.
Por já estar traduzido pensei em publicado para agilizar o benefício mais pessoas que teriam acesso às informações. Coloquei links e créditos devidos para os links originais da instituição.
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